Você precisa ter um tempo dedicado ao estudo todos os dias. Não se trata de apenas ler ou ler de vez em quando! É sobre pensar profundamente no que está absorvendo. E para alcançar esse hábito, é necessário ter um espaço onde as distrações sejam mínimas.
Assim como cita o sociólogo Zygmunt Bauman, estamos inseridos em um mundo líquido e cada vez mais instantâneo, o que acaba sendo prejudicial para nosso desenvolvimento e nossas relações. “Vivemos numa era de ‘modernidade líquida’, onde a velocidade é essencial e a durabilidade é rara; onde a conexão é imediata, mas as relações são frágeis; onde as informações são abundantes, mas o entendimento é escasso”.
Ou seja, para termos êxito em nossas vidas, Bauman argumenta que, nesse contexto líquido, a instantaneidade pode levar à efemeridade e à falta de significado duradouro. Essa ansiedade social prejudica hábitos que são consideráveis bons para nosso desenvolvimento intelectual.
Quando falamos sobre leitura, a chave é a consistência. Esse hábito vai virar parte da sua vida, da sua rotina e se tornar um vício produtivo. Para se concentrar, pode ser em um quartinho, em uma sala, no Rico Domingues – não importa. Junto a troca de ideias com outras pessoas, você esclarece o entendimento da leitura enquanto você vai progredindo, mas também lhe apresenta várias ideias posteriores. A inteligência está atrelada a ouvir mais que falar, absorver mais que falar, fazer perguntas e compartilhar suas reflexões – assim como estar aberto para um bom feedback positivo e negativo. Para o desenvolvimento emocional e intelectual, você necessita ter cuidado com seu bem estar físico, ter uma dieta saudável, uma qualidade de sono diária que alimenta o cérebro e mantém a sua mente afiada. Dessa forma, existe também algumas técnicas que podem lhe auxiliar para progredir nos estudos, como o Zanshin.
A técnica japonesa da atenção plena
Zanshin é uma técnica enraizada nas artes marciais e na filosofia Zen, que transcende o mero aspecto físico do combate. Traduzida como “mente que permanece”, fortifica a ideia de uma consciência plena e constante, mesmo após a conclusão de uma ação. Quando os combatentes se movem em harmonia, cada golpe é executado com a precisão de um artista e a serenidade de um monge. Zanshin, a “mente que permanece”, não se esvai com o fim do combate.
Ela flui como um rio tranquilo, mantendo-se vigilante, pronta para enfrentar qualquer desafio que a vida possa lançar. Fora do tatame, Zanshin se revela como um farol, guiando os praticantes a permanecerem claros em cada passo de seu destino. É a arte de estar totalmente imerso no momento, com atenção plena e cultivando uma clareza mental que ilumina o caminho para uma autorreflexão. Sobretudo, a técnica pode ser aplicada de várias maneiras para auxiliar no hábito na leitura e compreensão de textos. Veja a seguir:
► Atenção plena durante a leitura: Cultivar o Zanshin envolve estar totalmente presente no momento. Ao aplicar essa técnica à leitura, você pode focar sua atenção no texto, evitando distrações mentais e físicas. Isso pode ajudá-lo a absorver melhor o conteúdo e melhorar a escrita e interpretação textual para redação em concurso.
► Permanecer alerta para o contexto: Assim como em uma luta, onde você mantém sua atenção no adversário e no ambiente ao seu redor, durante a leitura, é importante manter-se alerta para o contexto do texto. Isso inclui entender o gênero, o propósito e o público-alvo do texto, bem como qualquer informação relevante que o autor esteja comunicando.
► Adaptabilidade à medida que você lê: Zanshin também envolve a capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças. Durante a leitura, você pode encontrar novas informações, ideias ou perspectivas que desafiam suas preconcepções. Manter uma mente aberta e flexível permite que você ajuste suas interpretações e compreensão à medida que avança no texto.
► Reflexão após a leitura: Assim como o Zanshin continua após uma ação ser executada, a reflexão após a leitura é uma parte crucial do processo. Depois de terminar um texto, reserve um tempo para refletir sobre o que você acabou de ler. Pergunte a si sobre o significado do texto, suas principais ideias e como elas se relacionam com suas experiências empíricas.
Confira a dica de livros dos professores Rico Domingues
► André Domingues
“Colheita de Ossos” de Pablo Zorzi e “Os números não mentem” de Charles Seife.
‘’A primeira indicação é o livro “Colheita de ossos” de Paulo Zorzi. Um romance policial com muito suspense e uma pitada de terror. O cenário é no interior de Santa Catarina, mesmo local onde o autor mora. Esse livro vai te prender muito e te fará devorá-lo rapidamente. A segunda indicação é o livro “Os números não mentem” de Charles Seife, mestre em matemática. É um livro que trata as falácias que são utilizadas de forma absurda e muitas vezes intencional para “maquiar” dados. Nele você aprenderá sobre números de Potemkin, randomiopia, regressão à Lua, entre outras falácias. Bem matemático, porém um livro feito para todos. Eu sempre recomendo uma leitura, pois é uma das melhores maneiras de desenvolver nosso cérebro. Cérebro se desenvolvendo é diretamente proporcional ao aumento de aprendizado em todas as matérias. Boa leitura…’’
► Thais Pertille
“Calibã e a Bruxa”, de Silvia Federici
“Calibã e a Bruxa” de Silvia Federici emerge como uma importante obra para a compreensão e aprofundamento acerca dos direitos humanos das mulheres, além de poder ser uma fonte valiosa para elaboração de redações em concursos públicos. Ao explorar a interseção entre o capitalismo, o patriarcado e a dominação colonial, Federici destaca como as mulheres foram historicamente oprimidas e exploradas pelo sistema econômico dominante. Sua análise profunda revela como as mulheres foram subjugadas através da criminalização de suas práticas culturais e medicinais, bem como através da supressão de seu poder econômico e reprodutivo. Ao destacar essas questões, “Calibã e a Bruxa” não apenas resgata a história das mulheres marginalizadas, mas também oferece uma base teórica para a luta pelos direitos humanos das mulheres, desafiando as estruturas de poder que perpetuam a desigualdade de gênero.”
► Raphael Nardelli
“Mindset, A nova psicologia do Sucesso”, de Carol S. Dweck
“É impressionante como, na maioria dos casos, vivemos um padrão de pensamento fixo, querendo apenas “reafirmar as competências já aprendidas”, ao invés de nos concentrarmos em “aprender mais”. Esse livro me permitiu entender um pouco mais sobre como mudar esse padrão e em entender o quanto é bom errar (desde que aprendamos com os erros). Afinal, nada é tão bom que não possa melhorar!”
► Kadu Araújo
“Como passar em provas e concursos”, de William Douglas
“Este livro é indispensável para candidatos que aspiram a cargos públicos. Ele funciona praticamente como um manual, ensinando como estudar, montar um plano de estudos e usar processos mnemônicos para retenção de conteúdo. O autor compartilha sua trajetória inspiradora, que culminou na aprovação em inúmeros concursos públicos. O livro é motivador e oferece um plano de ataque que se mantém atual ao longo do tempo, auxiliando na aprovação em concursos públicos.”
► Cleber R. Paganelli
Constituição Federal
“A obra de maior relevância para os concurseiros em geral, uma vez que o estudo da Constituição Federal é matéria que cai em todos os concursos públicos.”